CERÂMICA "RÚSTICA" E PENSAMENTO SELVAGEM
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Claude Lévi Strauss faleceu no século vinte e um, mas com mais de cem anos de idade e, assim, pôde conviver com os precursores da antropologia científica, e tornou-se a coroação do processo em que essa ciência se apartou, em definitivo, do preconceito e da pretensão de superioridade que fundamentava a ação da administração, do exército, da igreja e do colono europeu no Novo Mundo.
Não é à tôa que uma de suas obras principais se chama O Pensamento Selvagem.
Embora os padres e fiéis conquistadores, para justificar aos próprios olhos a desumanidade patente do regime de escravidão, apregoassem que os nativos, os povos atados à terra, como os animais, não possuíam alma, não restam dúvidas de que aceitavam o fato de que esses sub-humanos, a igual que eles mesmos, eram capazes de pensar.
Não é essa premissa básica que o livro de Strauss defende, claro, afinal, até os bárbaros cristãos a sustentavam. Também, como um ser vivente teria o poder de falar e não o teria de pensar, não é verdade?
Não. O que o grande autor pretende demonstrar é algo maior, mais complexo. Ele quer provar que os nativos, ou melhor, os selvagens mesmo, possuem um PENSAMENTO, em maiúsculas, ou seja, um pensamento estruturado, científico, a seu modo, apto a compreender o mundo, o mundo material e espiritual, o outro, as leis naturais, os animais, as demais culturas, as origens transcendentais da humanidade, enfim, tudo aquilo de que nós mesmos, os ditos civilizados, somos capazes. Foi esse poder de pensar de modo profundo estruturado que produziu o auto proclamado homo sapiens e por isso pertencemos, todos, sem distinções, à mesma humanidade.
Quando comecei a estudar a atividade das paneleiras e das bonequeiras do Vale do Jequitinhonha, duas décadas atrás, eu ainda colava na arte delas o rótulo de cerâmica rústica.
Por um lado, a ideia procede. De fato, a técnica das produtoras de vasilhas e decorativos de barro do Vale se utiliza de recursos básicos, quase indígenas: um forno feito de adobes, tijolos crus, de eficiência térmica muito limitada; matéria prima, argila, corantes, lenha, extraídos diretamente ao meio natural, sem grandes requintes de processamento; acabamento precário, dependente da habilidade de cada artesão posto que ninguém dispõe dos recursos de alta performance que caracterizam as queimas de esmaltes industriais de alta temperatura; aparência rude, tosca, do produto final.
Estudando, porém, a transformação, no Jequitinhonha, da arte de moldar potes para a de esculpir figuras de barro, pude entender, aos poucos, o quanto entra de ciência empírica nesse processo de mudança tecnológica, a ciência da prática de que nos fala Lévi Strauss em O Pensamento Selvagem.
As paneleiras produziam, em geral, utensílios para a cozinha sertaneja: talhas de decantação, filtros, potes para curtir polvilho, jarras, vasos caquêrus, panelas de tamanhos e formatos variáveis, frigideiras, cuscuzeiras, bules e buiões para quentar água de passar no café e por aí vai.
A maior parte das dezenas de paneleiras que conheci, ao longo de mais de duas décadas de visitas anuais à região, não se preocupa muito com a fineza de seus produtos, até porque sabem que eles serão submetidos a uma lida diária muito pesada e suja e dispensam maiores delicadezas na hora do acabamento.
Claro, tal aparente desleixo não impede que os utilitários criados por elas sejam, em geral, bastante eficientes e duráveis, além de muito belos, ao menos aos olhos de quem os queira de coração mesmo pelo que eles são. Se os vemos desde dentro de nossos valores cleans, a partir de nossa vivência da impecabilidade da mercadoria industrializada, parecerão primitivos e mal acabados. Essa é uma percepção falsa, enganosa, como nos ensina Strauss e toda uma antropologia que, por esses mesmos motivos, foi deixando para trás o termo primitivo. Na verdade, a cerâmica evoluiu muito até ser capaz de produzir o mais elementar dos potes. E pode ter sido o primeiro passo na direção da siderurgia.
A poteria cabocla a mais elementar praticada ainda hoje no Vale do Jequitinhonha é portanto um ofício, um modo de fazer de alta tecnologia, desenvolvida durante milênios. Trata-se, portanto, de um patrimônio material considerando o produto final e um patrimônio imaterial considerando o modo cultural único de manufaturá-lo.
O mais interessante, contudo, é pensar que o mesmo fenômeno, a mesma ciência da prática que criou a primeira panela de argila, em tempos pré-históricos, voltou a se manifestar, por uma questão de necessidade, nas últimas quatro ou cinco décadas, no Jequi e em outros sertões.
A arte da paneleira sertaneja é relativamente padronizada no Brasil no que diz respeito ao processo produtivo, à variedade de ofertas e à forma dos potes. Em alguns poucos pontos do país, como no lugarejo chamado Maragogipinho, situado em posição estratégica em relação ao grande e antigo polo consumidor de Salvador, se alcança um nível de comercialização que justifica emprego do torno a pedal, queima de grandes dimensões e exploração de força de trabalho remunerada em verdadeiras manufaturas.
Em Minas, só encontrei um artesão que usava o torno, Tião Paineiras, de Tiradentes. O avô dele era paneleiro tradicional, um dia viu o instrumento sendo usado numa antiga fábrica de filtros, fez a cópia em casa e transmitiu para o neto a tradição que fundou.
O olhar treinado diferencia facilmente a peça mais rude modelada no torno daquela mais bem acabada toda construída pela mão. Não é por causa do perfeito do acabamento, então, mas pela emanação da áurea.
Nos sertões que visito, no mais das vezes, a produção de cerâmica artesanal ocupa apenas o grupo familiar e todo o processo, do início ao fim, é manual. Sendo escassos os riachos correntes, aqui nunca se empregaram, até onde sei, os moinhos e monjolos d´água que ainda podem ser vistos nas terras mais chuvosas de Minas.
O povoado das margens do Jequitinhonha chamado Pasmado, umas duas léguas distante da cidade de Itinga, onde captei as imagens de vídeo postadas abaixo, fica às margens da rodovia que liga Diamantina e Araçuaí ao litoral baiano cruzando a grande Rio-Bahia ou BR 116 na altura de Itaobim.
Apesar da grande produção direcionada ao ponto de venda da estrada e aos clientes que passam pelo asfalto vindos de distintas direções, todo o processo de beneficiamento da argila no Pasmado ainda se faz ao custo mais baixo possível, explorando a mão de obra disponível, carente de oportunidades, e sem o uso sequer dos monjolos de pé muito presentes uma centena de quilômetros ao sul, no vale do rio Fanado.
O comércio da cerâmica constituía e constitui um dos poucos meios de renda, sobretudo para as mulheres, nesses lugares onde a moeda é escassa e o comprador muito tímido e controlado.
A partir da década de mil e novecentos e cinquenta e muito lentamente, as estradas asfaltadas passaram a cortar e recortar a região, abrindo as vias para a instalação e gradual expansão dos meios de transporte, urbanização, produção e consumo modernos.
É quando surge um grande desafio de sobrevivência para as comunidades rurais produtoras do vasilhame de barro que abastecia e ainda abastece, em muito menor escala, o mercadinho local: como concorrer com a chegada massiva de utensílios de cozinha fabricados com materiais modernos como o aço e o alumínio, mais leves, fáceis de manusear, imunes a trincas e quebras, que duram décadas e ainda por cima reluzem como prataria quando polidos com mão forte e caprichosa, sabão em barra e bombril, servindo até de infêitu?
Não sei dizer ao certo a partir de quando floresceu a produção de cerâmica no local hoje denominado Fazenda Campinho. Fica uns quatro quilômetros rio acima a partir de Itinga. Nessa altura, o Jequitinhonha é bordeado por pequenas colinas rochosas que vão se suavizando em direção ao leito e nas partes mais baixas, com as cheias, formam-se brejos rasos, poços estanques e enfermiços ou atoleiros onde é possível encontrar boas espécies de argila, seja da mais grosseira, usada na poteria, seja da mais fina e plástica, excelente para a escultura. A diferença em geral está na forma em que os elementos se concentram em diversos pontos do barreiro e o ceramista experimentado de longe sabe separar uma matéria da outra como o garimpeiro distingue o diamante do cascalho.
Quando cheguei ao local pela primeira vez em julho de 1996, ali se encontrava a paneleira Dona Rosalina, então com noventa e oito anos de idade, nascida, portanto, no século dezenove. Sempre que retorno, faço questão de voltar ao Campinho e visitar a filha dela, Dona Rita. Mais de duas décadas depois ela segue produzindo talhas, jarros e panelas de todo tamanho.
Rosalina me contou, em 96, que quando tinha cerca de três anos, estava brincando no terreiro e foi chamada aos berros para dentro de casa pela mãe que tinha avistado um grupo de guerreiros índios se aproximando no horizonte. Ainda me lembro claramente do gesto que fez então, um círculo com o indicador e o dedão que aproximou da própria boca para dizer: ieu mais meu irmão vim' e'es pêl burácu da porta passan' l'in riba du barrâncu... Tinha u'as tigela dibá dus bêiçu!
Que espanto! Essa mulher chegou a ver os botocudos ainda vagando em liberdade e ornados da forma ancestral?! Jamais teria imaginado que isso fosse possível!
Dona Rita tem um causo curioso dos idos de sua juventude, nos anos sessenta e setenta. Ela diz que, nessa época, seguia a rotina do grupo, então muito maior, das artesãs da comunidade. Quinta-feira era dia de botar fogo nas peças modeladas de modo a prepara-las para a feira do sábado de Itinga. Belíssimos canoões indígenas, escavados num só tronco, que cheguei a tomar algumas vezes para a travessia à altura da cidade antes da construção, em 2004, de uma ponte sobre o rio, nesse tempo levavam a carga de uma tropa inteira de mulas, transportando os produtos sertanejos a montante, a Araçuaí, e para baixo até Almenara ou mais além. Afora as velhas trilhas, eram raras as estradas. Sendo assim, todas as quintas a gente que passava lá embaixo de canoa subindo e descendo o Jequitinhonha, no começo da noite, podia ver o espetáculo da constelação de fogueiras altas nos quintais das paneleiras das barrancas do Campinho, quando finalizavam o árduo trabalho após muitas e muitas horas de queima.
Momento mágico para quem pratica ou observa a cerâmica cabocla: as chamas brotam por entre e arriba dos cacos que recobrem os potes da fornada, dando o sinal de que estão cozidos e é hora de parar de atiçar o fogaréu. Conforme a química do barro com a qual interage, a flama pode sair amarela, verde ou azulada, é lindo, vale a pena ver!
As fotos abaixo revelam o modo como até hoje vivem Dona Rita e alguns de seus filhos e netos no Campinho. No contexto do lugar, a senhora é hoje considerada privilegiada, pois ela e o marido, Seu Afonso, recebem cada um seu salário mínimo mensal de aposentadoria, complementados pela criação doméstica de galinhas e porcos e uma agricultura de baixíssimo rendimento, além dos lucros minguados que tiram do comércio da olaria. Em tais condições, a produção de panelas só é possível porque não se precisa ir muito longe para buscar barro de boa qualidade e o casal evita comprar cargas de lenha de pessoas estranhas à família.
O solo da região é arenoso e Dona Rita tem que escavar a câmara inferior dos fornos, onde o fogo arde, no chão de seu quintal. A superior, onde vão as peças a cozer, é composta de adobes, tijolos crus que, aos poucos, a cada queima, vão se solidificando. Acontece que os furos por onde passa o calor de baixo para cima devem ser feitos no mesmo terreno instável, a plataforma vai sendo minada pelo calor extremo e, de vez em quando, como diz Rita, "o céu desaba". Então é preciso recomeçar a obra alguns metros adiante e assim o terreiro vai virando um verdadeiro campo de trincheiras.
É um problema que não tem nenhuma de minhas amigas paneleiras do Fanado. Ali elas esculpem seus fornos em barrancos argilosos muito duros, e assim eles quase não exigem manutenção. Por exemplo, esse um retratado abaixo, de Dona Rosa, falecida faz poucos anos, ficou ativo por pelo menos meio século. Dado interessante: ela calculava a data da construção pela idade atual de seu filho Dario pois, à época, ele tinha uns sete anos e foi o único capaz de entrar engatinhando pela boca para ajudar a cavar a câmara inferior. Depois que parou de ser usado, ainda o fotografei por uns anos, até que foi se dissolvendo, se refundindo pouco a pouco ao entorno das terras de roçado.
Nesse aspecto já podemos observar algumas novidades técnicas introduzidas pelas bonequeiras e figureiras. Elas criam uma variedade muito maior de objetos, as queimas são mais ligeiras e muito mais sutis pois envolvem a transformação química e a fixação de colorantes que extraem dos terrenos da região, por sorte, muito diversificados em termos minerais: óxido de ferro amarelo que resulta vermelho, toá que produz diversos tons roxo-azulados, tabatinga branco-neve, marrons, pratas, dourados misturados de diversas maneiras.
Se alguém se especializa na produção de mini-bonecas ou pequenas flores ornamentais, pode ter um arranjo diminuto como esse da próxima foto, de Terezinha, da Comunidade de Cachoeira. O calor, no caso, não se dispersa e o combustível vai render muito mais.
Aos poucos quero contar em detalhes o modo como, ao longo dos anos, observei essas donas de casa de corpo vigoroso e alma fina se virarem para garimpar e processar a grande variedade de engobes ou tinturas minerais que hoje compõem seu repertório de cores. Na foto abaixo vemos novamente Dona Izabel, a paneleira de quem tratei na postagem anterior, ao lado das garrafas pet onde sua nora, a bonequeira Eunice, guarda a gama dos engobes a que chamam de oleios.
Cada matéria exige um modo específico de coleta e beneficiamento para que funcione como tintura cerâmica. A tabatinga, muito usada para caiar paredes, fornos e fogões de adobe, por exemplo, pode ser encontrada em vários tons de branco mas existe um muito claro, desde sempre cobiçado para a função de cobrir vestidos de noiva de certas bonecas. Por muitos anos foi testado sem sucesso pois a cal não aderia a contento na escultura de base sob a ação do fogo. Isso até que alguém teve a simples e brilhante ideia de mistura-la a outros brancos de natureza mais argilosa, que funcionaram perfeitamente como fixadores.
Já li artigos interessantes sobre como os índios adultos respeitam o poder que as crianças possuem de fuçar por todo canto em suas peripécias, encontrando frutos, raízes, castanhas, colmeias cheias de mel, tocas de pequenos animais de caça, entre outras maravilhas que facilmente escapam aos adultos, mergulhados que estão em seus afazeres diários. Essa menina é a Dila, filha de Joaquim, neta de Dona Izabel. Agora já cresceu, se casou e é mãe mas na época da foto era pouco mais que uma menina. Foi por esse tempo que ela descobriu lá pelos matos uma tonalidade de oleio marrom que logo passou a integrar o rol de tintas naturais de Eunice, sua mãe. A família deu à nova coloração um nome lindo: marrom de Dila.
Mas há muitas outras provas desse fazer inteligente. Com a crescente escassez de lenha, o gasto com o insumo vai se tornando importante em relação ao custo total da produção e é preciso desenvolver fornalhas mais eficientes. Assim, com o passar do tempo, observei e registrei a maneira como as bonequeiras e figureiras mais antigas do Fanado, dos povoados de Campo Alegre e Buriti, passaram a construir as duas câmaras em adobe e acima do chão, depois que algumas pioneiras perceberam que a inferior, quando feita no barranco, consome muito mais madeira, já que a terra costuma encharcar e ficar úmida, requerendo muito mais energia para que o compartimento escavado alcance as altas temperaturas necessárias à queima, em torno dos seiscentos graus centígrados.
Vê-se: a necessidade é a mãe de todos os inventos e essas mulheres caboclas que possuem, em geral, educação formal nenhuma ou muito limitada, preservam as qualidades essenciais do pensamento selvagem que costumam faltar a gente muito mais privilegiada: senso refinado de pesquisa de campo, expediente de teste metódico, cálculo de precisão, obstinação, compenetração, enfim, a essência da prática científica e artística.
Descrevi, na postagem anterior, a grande sensibilidade que requer o controle das temperaturas do forno de quitandas quando flagrei Graciele assando uma fornada de pães e biscoitos nas roças acima de Campo Alegre. Apesar da destreza necessária, existe, nessa operação, uma margem de erro muito maior do que na queima da cerâmica, pois a duzentos e cinquenta graus é possível evitar maiores prejuízos abrindo os respiros e deixando o calor escapar, no momento apropriado. Quando se trata de um mineral sendo fundido a ponto de se tornar incandescente como brasa, como é o caso da argila em estágio final de cozimento, temos algo como um carro acelerado que não consegue mais estacar de um instante a outro e, sendo assim, é preciso ter um sentido muito mais fino quanto ao tempo em que se deve parar de alimentar a fornalha para não por tudo a perder. Abaixo do nível de caloria adequado, os corantes podem não grudar à base e mais tarde soltar numa limpeza com pano molhado ou então o objeto pode ficar mal queimado e quebrar ou trincar facilmente durante o transporte, se não for muito bem embalado. Acima do ponto correto, o produto vai resultar mais resistente, mas as cores minerais arriscam não se distinguir mais umas das outras, ou podem oxidar, evaporar, ficar foscas, o que vai depreciar ou mesmo invalidar a peça decorativa para fins comerciais. Às vezes, para o prejuízo total, basta uma pequena mancha.
Existe, porém, um problema mais definitivo enfrentado pelas bonequeiras do vale quando utilizam esses seus engobes naturais ou oleios.
O ponto da queima em que a maioria dos corantes se funde à escultura e ganha a intensidade e brilho ideais está numa temperatura inferior àquela exigida para cozinhar até o cerne a parede de argila, dando à peça o máximo possível de dureza e resistência ao choque.
Resulta que muitos compradores reclamam da fraqueza dos objetos de cerâmica produzidos no Jequitinhonha que, às vezes antes mesmo de chegarem ao destino, ao fim de longas e atribuladas viagens de carro, ao menor impacto, se partem, especialmente em pontos mais sensíveis como os braços das bonecas ou as alças dos potes. Nesses casos aparece o que os especialistas chamam de coração negro, bem visível na foto abaixo.
Assim acontece porque o fogo fixou os engobes e o resultado das cores é perfeito mas não foi suficiente para cozer por inteiro, de fora para dentro, a massa de argila, e assim no centro resta como que um traço de carvão indicando que o barro ficou mais cru e frágil nessa faixa.
Assim acontece porque o fogo fixou os engobes e o resultado das cores é perfeito mas não foi suficiente para cozer por inteiro, de fora para dentro, a massa de argila, e assim no centro resta como que um traço de carvão indicando que o barro ficou mais cru e frágil nessa faixa.
Por isso conclamo a todos os ceramistas profissionais de boa vontade que acaso leiam essas páginas para que ofereçam ideias sobre uma solução técnica possível para o problema, de modo a que eu possa transmitir as sugestões a minhas amigas artesãs do Vale. Claro, devemos levar em conta os recursos básicos que elas possuem, como descrevi acima, não há como empregar esmaltes, fundentes, implementos ou maquinários industriais. Com tais inovações, estaremos ajudando não apenas indivíduos, mas grupos de famílias, comunidades inteiras. Sendo assim, a quem se dispor a colaborar e dialogar conosco, dentro desses parâmetros, de antemão deixo meus sinceros agradecimentos e um caloroso abraço.
Um belo relato,..parabéns
ResponderExcluirQue lindo, Naldo! O trabalho de uma vida resumido aí, o olhar, a dedicação e vontade de colaborar para a melhoria de vida dessa gente linda! Parabéns!!!
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